PGR inaugura Jardim das Camélias em homenagem aos 131 anos da abolição da escravatura

Para os abolicionistas, a flor servia como uma espécie de código por meio do qual eles podiam ser identificados

 

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“Queremos adotar no Ministério Público Federal, uma camélia como símbolo do nosso trabalho em favor da dignidade da pessoa humana e pela liberdade de todos, pela igualdade de todos, homens e mulheres”. Com essas palavras e portando um broche de flor branca no vestido, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, inaugurou o Jardim das Camélias na tarde de 13 de maio de 2019. Realizado em frente à entrada do Memorial do MPF, o evento homenageou os 131 anos de abolição da escravatura no país. No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que decretou o fim da escravidão no Brasil. Esse ato foi o resultado do movimento abolicionista liderado por escravos, apoiado pela princesa e cujo símbolo era a camélia.

A cerimônia, que contou com a presença de membros e servidores, foi iniciada pelo vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques. Foi dele a ideia de plantar as flores nos jardins da PGR. Ele explicou a simbologia da camélia: "para os abolicionistas, a flor servia como uma espécie de código por meio do qual eles podiam ser identificados ao usar uma camélia na lapela, ou ao cultivá-la no jardim de casa".

Humberto Jacques ressaltou que três das mudas plantadas na PGR foram doadas pela Fundação Casa de Rui Barbosa e vieram diretamente do pé de camélia que pertencia ao próprio Rui Barbosa – um dos maiores defensores do abolicionismo. “Trazemos para a nossa casa um sinal de que o Ministério Público não é apenas contra a escravidão e o trabalho escravo, mas é uma casa em nome da liberdade. Onde quer que estejam a liberdade e a expansão dos direitos fundamentais, lá está o Ministério Público”, reforçou Humberto Jacques.

A PGR também ressaltou que a luta contra o trabalho escravo, que se define de outra forma nos dias atuais, ainda é necessária. "Nós que defendemos a democracia, direitos humanos, dignidade de todos perante a lei, um país sem discriminação, onde as pessoas convivam e vivam em paz, precisamos lembrar que a nossa luta de hoje começou muitos anos atrás e que estamos apenas continuando", afirmou durante a cerimônia. Na ocasião, Raquel Dodge anunciou que lançará a Ordem das Camélias para homenagear aqueles que, no âmbito do MPF, se dedicam à causa da liberdade e da dignidade da pessoa humana.

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